nos
últimos dois dias venho falando sobre a possibilidade do PT ter
candidatura própria aqui no estado (Pará), em aliança prioritária
com o PMDB, mas com um nome de fora...
por que
razão, um partido que dirige 70% dos sindicatos relevantes, que
possui a maior bancada isoladana ALEPA( 8 deputados estaduais, mesmo
número do PMDB), administra 24 municípios, tem 4 deputados
federais...além, é claro, de dirigir a maior parte dos postos da
administração federal, precisa trazer um nome de fora para
concorrer ao governo estadual?
Resposta
para tema tão complexo dificilmente é única...precisamos avaliar
todas as alternativas, ou pelo menos as que conheço...e, mais uma
vez, quero deixar todos os leitores e leitoras com bastante
tranquilidade para fazer críticas ou mesmo subtrair e adicionar
pontos ou partes para enriquecer o texto...claro que meu arbítrio
definirá quem entra e ou não no texto final...
1-
Diferentemente da maior parte dos diretórios regionais do PT pelo
país, o do Pará era infectado de forma mais especial pelo vírus do
esquerdismo. A ética pela ética da pequena burguesia tratante (tão
espancada por Lênin), além de quadros caricatos como o afetado
então deputado federal da CST (Corrente Socialista dos
Trabalhadores), transformaram o militar no PT um sonho com pouco
respaldo material. O próprio Edmílson Rodrigues que, apesar da
ostentação da personalidade de diálogo, sempre cercou-se de
radicalóides, por vezes, cai nesta vala comum do conceito
leninista...enfim...um dos problemas desta atitude é seu pouquíssimo
compromisso com um projeto de poder, já que isso poderia ser visto
como um ato degenerado, portanto poucos adentraram seriamente à
estrutura burguesa de poder com o vigor necessário para conhecê-la
e administrá-la com consequências positivas para o cotidiano da
população, contribuindo para o acúmulo de forças para um processo
revolucionário. Tá aí um dos problemas centrais do governo Ana
Júlia...a turma entrou já pensando em quando sairia, ou quem seriam
os escolhidos para eleger com a base material conseguida a partir
administração estadual. Os mais espertos e menos compromissados
começaram o mandato já pensando nas eleições proporcionais de
2010... o resto é história...o modo PT de governar, infelizmente,
não enseja boas lembranças para a população do estado
2- Existe
um movimento cada vez maior dentro das forças de esquerda (todas
elas), de engabinetamento, ou seja, transformar em prioridades as
questões institucionais, fazendo com que os movimentos sociais
existam em função das conquistas e possíveis avanços nesta área.
Em parte estão mais do que corretos, pois não há problema em
pavimentar um caminho conjunto entre estado e vontade popular direta,
mas estamos muitos tons acima do que poderia ser considerado um
afinamento ideal. Isso tem consequência na formação das novas
direções partidárias e nos quadros que são atraídos por este
campo de gravidade, fazendo com que quadros saudáveis procurem o
discurso mais fácil do esquerdismo, ou mesmo, que desistam de
militar. A resultante final é que quadros formados na luta política
cotidiana são cada vez menos importantes que aqueles com votos, não
importando a origem destes ou mesmo a ideologia do propritário da
base eleitoral. Esse movimento torto acaba por diminuir a capacidade
de agregar genuínos quadros e líderes, diminuido a possibilidade de
renovação de lideranças respeitadas pelo povo, confundidos com sua
luta e com os seus. Há uma
verdadeira pateurização do que significa ser um líder de esquerda
e este fator, junto com a descrença construída junto à população
por conta do processo hipócrita mantido pela mídia para derrubar os
alicerces do Governo Lula e mais recentemente para jogar lama na
Dilma, nas pré-eleições municipais. Sem dúvida isso não ajuda...
Enfim,
conheço muitas pessoas com falhas de caráter que tentarão
transformar este artigo numa forma de dizer que estou atacando a
esquerda...bom, a estes animais deixo minha indiferença...aos
demais, esta é uma tentaiva de explicar o que muitos não
conseguiram entender: como que a esquerda, com PT no governo federal
e estadual conseguiram perder as eleições para um PSDB enfrentando
grandes dificuldades, financeiras e políticas...que esse seja um
texto para contribuir no debate crítico e autocrítico que Lênin
tanto insistia como forma de organização revolucionária.
Abaixo,
para os curiosos, as estruturas de poder do PT no Pará, não estão
listados os órgãos federais nem sindicatos, mas prometo acrescentar
em pouco tempo:
DEPUTADOS FEDERAIS
(2010 A 2014)
DEPUTADOS ESTADUAIS
(2010 A 2014)
- Chico da
Pesca (PT)
-
Bordalo (PT)
-
Valdir Ganzer (PT)
-
Edilson Moura (PT)
-
Bernadete (PT)
-
Airton Faleiro (PT)
-
Milton Simmer (PT)
-
Zé Maria (PT)
PREFEITURAS
DO PT (2012 a 2016)
Na região Bragantina o Partido
elegeu: padre Nelson Magalhães, em Bragança e Maria Romana na
cidade de Augusto Correa.
Municípios da estrada
Nos municípios de estrada, o PT
elegeu Salvador Chamom, em Ipixuna do Pará; Badel, em Mãe do Rio; e
Nilton Albuquerque, em Nova Esperança do Piriá.
Regiões Guajarina e
Tocantina
Nas regiões Guajarina e Tocantina,
o PT elegeu Saci, em Baião; Iracio , em Cametá; Lucio Bessa, em
Bujaru; e Nelsão, em São João da Ponta;
Região Sul do Pará
Na região sul, o PT elegeu Deusmir,
em Água Azul do Norte e Valter Peixoto, em Conceição do Araguaia.
Municípios da
Transamazônica
Nos municípios da transamazônica o
Partido elegeu Gaúcho da Entre Rios, em Medicilândia.
Sudeste do Pará
No sudeste paraense, o Partido
elegeu o atual prefeito Dr. Sidney, em Bom Jesus do Tocantins; Dino,
em Jacundá e Benjamim Tasca, em Itupiranga;
Baixo Amazonas
Na região do Baixo Amazonas o
Partido elegeu Botelho, em Almeirim, Dilma Serrão; em Belterra;
Raulien Queiroz, em Jacareacanga; e Dr. Sergio, em Monte Alegre.
Região das Ilhas
Na região das ilhas, o PT elegeu
Léo Arruda, em Curralinho; Nogueira, em Gurupá, Marcelo Pamplona,
em Santa Cruz do Arari; Getúlio Brabo, em São Sebastião da Boa
Vista; e João Luiz, na cidade de Soure